O ébrio

Contra o xeque-mate lutei como o rei

Esperei horas e dias, por anos eu lutei

Mas o tempo me encurralou no tabuleiro

E o espólio me arrestou o leiloeiro

Desisti, desfalecido a esperança perdi

E suor e dor e lágrimas derrotado eu verti

Com o vinho escarlata derramado de um odre

do carmesim escorrido meu corpo se cobre

Minh'alma agora ébria em negro tinto

cambaleando em devaneio é tudo que sinto

e este bêbado errante de soluço constante

Com um litro na mão não há quem encante

De vestes rasgadas, suadas e sujo

Morimbundo e sem rumo agora eu fujo

Sobrepujo, contudo, de grão em grão

E aos poucos, sem pressa, levanto do chão

O Errante navegante
Enviado por O Errante navegante em 06/12/2015
Código do texto: T5471796
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