O DIÁRIO (18/01/2007)

Querido diário... Estou entristecida

Algo no meu coração está doendo,

É um sentimento em forma de ferida

É uma alma que está gemendo.

Estou sentindo vontade de chorar

Querido diário... Oque há comigo?

Os meus olhos parecem não brilhar

E para onde foi o meu sorriso?

A minha respiração está ofegante

Hoje quase morri de asfixia,

Pois, a cada vão instante

Me surge uma agonia.

Querido diário, estou pensando nele

E o que eu sinto não tem fim,

O meu coração é dele

Mas o dele não é pra mim.

Como dói encarar a realidade

Ter o dom divino do saber,

Não há nada pior do que a verdade

Não há nada pior do que sofrer.

Às vezes desejo ser enganada

Ver a vida com a ilusão de antes,

Acreditar nos contos de fadas

Ter fé num filme de romance.

Quero voltar para a minha inocência

onde não há escuridão,

Oh cérebro... Amarga consciência

Oh vida! Oh coração!

Querido diário... Porquê cresci?

Porquê enxergo o mundo desse jeito?

É...Eu acho que me perdi

O mundo... Nunca foi perfeito.

Porquê me contaram histôrias bonitas?

Porquê me iludiram com o mal?

Me ninaram com canções de conquistas

E me mataram com um mundo real.

Porquê me fizeram sentir a brisa do vento?

E o gosto da chuva caindo do céu?

Se hoje em amargo desalento

Meu deguste é um prato de fel.

Querido diário guarde os meus segredos

Hoje digo adeus a você,

O que eu faço é fugir desse medo

O que eu faço é aos poucos morrer.

Querido diário estou pensando nele

E o que eu sinto não tem fim,

O meu coração é dele...

Mas o dele não é pra mim!

SIMONE BELLATOR
Enviado por SIMONE BELLATOR em 05/12/2015
Código do texto: T5471002
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