Viúva negra

Relembrando com tremor...!

Lá fora a chuva caía,

Caiam volumosas e torrenciais.

Pela vidraça da janela antiga escorriam...

Com a mesma intensidade chorava meus ais!

Logo me vieram imagens das lembranças

Daquela noite fria – gélida o meu coração

Parecia perder o compasso – Eu não viveria mais.

Pensava! A espera de um novo alvorecer.

Naquele instante. Só a luz de um lampião clareava...

O pavio fumegava – queimava, ardia o meu ser

Perdi você! Por quê? Foi-se o meu benquerer.

Um desencanto -; nunca entendi era o meu manto...

Quem me dera saber onde está você! Mas para quê chorar?

Para onde foi? ...Não sei! Só sei que vivo esperando!

Será que foram meus os espinhos? - Quem sabe!

Não fui uma rosa perfumada; outrora tive medo,

Será? Talvez... Traumas da infância um relicário guardado

Num baú – tentado ao esquecimento nas profundezas...

Do coração – poderia ser num armário -; nunca num confessionário!

Ah, quem nasce assim. Com as costas para a lua...

Mesmo que o sol nascente crescente se apresente silenciosamente

Iluminando a tez pálida da noite brumosa – chorosa o negrume...

Continua lá dentro de mim – mesmo diante da Diva - senhora lua.

Nem estrelas, nem vaga-lumes clareiam minh'alma... Viúva negra!

Mary Jun
Enviado por Mary Jun em 01/12/2015
Código do texto: T5466659
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