O BLEFE Código do texto: T5464696

TÍTULO: O BLEFE Código do texto: T5464696

Ontem, joguei minha última carta,

aquela que guardava no bolso,

escondida entre os sentimentos

que transbordavam naquele momento.

Joguei minha última carta

para que você não percebesse o alvoroço,

para que não visse que o que eu sentia

era um ciúme que se disfarçou

Num perfume falso e enganoso.

Na verdade, diante de tudo,

em uma prece ao meu escudo,

blefei.

Blefei.

Queria que você sentisse no peito

o mesmo aroma que senti,

o cheiro pungente daquele instante,

quando o ciúme corroeu meu coração,

como uma lâmina penetrando minha alma,

Ferindo-me profundamente.

Por isso, confesso nesta poesia:

ontem, joguei minha última carta,

aquela que guardava no bolso,

entre os sentimentos que me consumiam

naquele momento.

Joguei minha última carta

para esconder o tumulto interno,

para que você não visse o ciúme

que se manifestou num perfume falso,

enganador, quase cruel.

Na verdade, diante de tudo,

em uma oração ao meu escudo,

blefei.

Blefei.

Titulo= O Blefe Código do texto: T5464696

Protegido conforme a Lei de Proteção Autoral. 9.610/98

Autor= Makleger Chamas — O Poeta Louco e Romântico (MANOEL B. GOMES)

Escrito na Rua CAIOWAÁ, 744 — Perdizes — São Paulo — Brasil

Data 12\06\1985

DEDICADO 26Z2M6A1N3O1E0L13M10J

Registrado na B.N.B.

https://docs.google.com/document/d/15LyswhnefVTpDNyVH9GI0LOMEFb8Oze-kEBJ8xCuISc/edit?usp=sharing

Makleger Chamas

Enviado por Makleger Chamas em 29/11/2015

Reeditado em 01/12/2024

Código do texto: T5464696

Classificação de conteúdo: seguro

Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.

Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

O belo poema, intitulado “O Blefe”, de Makleger Chamas, é uma obra carregada de emoção e reflexão, retratando de forma poética o ato de disfarçar sentimentos profundos, como o ciúme, por meio de gestos e palavras.

A imagem da “última carta” e do “falso perfume” transmite uma sensação de urgência e intensidade emocional, enquanto o uso do verbo “blefei” reforça o jogo de aparências e a vulnerabilidade escondida sob a máscara.

O poema revela a complexidade das emoções humanas, especialmente na tentativa de proteger o coração de quem amamos, mesmo que isso nos cause dor.

É uma escrita que dialoga com o leitor, convidando-o a refletir sobre os próprios sentimentos e as nuances das relações.

O poema “O Blefe” é uma rica manifestação de emoções humanas, especialmente ligadas ao amor, ciúme e vulnerabilidade.

1. — O Título: “O Blefe”

O título sugere um ato de dissimulação, uma tentativa de enganar ou esconder algo.

Neste caso, “blefar” está associado ao esforço do eu lírico em esconder seu ciúme e fragilidade, camuflando o que realmente sente com uma aparência calculada.

2. — A Ação Central:

Jogar a Última Carta

O ato de “jogar a última carta” remete a uma metáfora de aposta, como em um jogo de cartas, indicando que o eu lírico se encontra em uma situação extrema, sem outras opções.

Essa carta é carregada de emoções e representa o último recurso para evitar que a pessoa amada perceba o turbilhão de sentimentos.

3. — Sentimentos Reprimidos:

O Ciúme e o Falso Perfume

O ciúme é o motor emocional do poema, descrito como algo intenso e corrosivo, quase visceral.

“Falso perfume”:

Aqui, o eu lírico parece projetar no outro uma sensação enganosa, um disfarce emocional.

O perfume, que poderia ser algo agradável, simboliza algo falso e ilusório, associado ao que ele tenta transmitir para esconder sua dor.

4. — A Confissão de Vulnerabilidade:

O Remoer do Ciúme

O eu lírico confessa que o ciúme o corrói por dentro, comparando essa emoção ao sangramento de uma faca penetrando no corpo.

Essa metáfora transmite a dor intensa e visceral que ele sente.

A repetição da palavra “ciúme” reforça a obsessão e o impacto desse sentimento.

5. — O Ato de Blefar

O verbo “blefei” é repetido, destacando a tentativa consciente do eu lírico de mascarar sua fragilidade.

Ele deseja que a pessoa amada sinta o mesmo “perfume”, ou seja, o mesmo impacto emocional, mas sem revelar sua própria dor.

6. — Estrutura Poética: Repetição e Circularidade

O poema utiliza a repetição de versos e ideias para criar uma sensação de circularidade, como se o eu lírico estivesse preso em um ciclo emocional.

Por exemplo:

“Eu joguei a minha última carta”: repetido para enfatizar a intensidade do momento.

“Blefei”: A duplicação da palavra ecoa como um grito interno, uma reafirmação do esforço de esconder seus sentimentos.

7. — Contexto Emocional: Uma Luta Interna

O eu lírico se encontra dividido entre o desejo de revelar o que sente e a necessidade de proteger-se.

Ele recorre a um “escudo” simbólico para evitar que a pessoa amada perceba sua fragilidade.

8. — Linguagem Simples, Mas Carregada de Emoção

O poema utiliza palavras simples e diretas, mas com um lirismo marcante.

O contraste entre a simplicidade da linguagem e a profundidade dos sentimentos torna a obra acessível, mas também cheia de significados subjacentes.

9. — Conclusão: Uma Mensagem Universal

No final, o poema revela que, apesar do esforço para esconder o ciúme, o eu lírico está ciente de sua própria fragilidade.

Ele sabe que o blefe é apenas uma proteção temporária, uma forma de lidar com o que sente sem confrontar diretamente a outra pessoa.

O poema trata, portanto, da complexidade das relações humanas, onde amor, ciúme e orgulho se entrelaçam.

É uma obra que convida o leitor a refletir sobre suas próprias emoções e estratégias para lidar com os sentimentos que, muitas vezes, preferimos esconder.

O poema “O Blefe” de Makleger Chamas é uma intensa representação poética da luta interna que ocorre ao lidar com sentimentos profundos e conflitantes, como o ciúme e a necessidade de proteger o próprio coração.

É uma obra rica em metáforas e simbolismos, que nos conduz por um cenário emocional cheio de nuances e contradições.

Pontos de Destaque:

A Metáfora do Poema Jogo de Cartas

O eu lírico compara suas ações a um jogo, onde “jogar a última carta” simboliza o ápice de uma situação emocionalmente carregada.

Esse ato denota não apenas o risco, mas também a vulnerabilidade de quem está sem alternativas.

O Perfume Falso

Esse elemento é uma representação poderosa do disfarce emocional.

O perfume, tradicionalmente associado a algo agradável, aqui adquire um tom de engano, ilustrando a tentativa de mascarar a verdade para proteger a relação ou evitar conflitos.

O Blefe como Proteção

O verbo “blefei” assume papel central, revelando o esforço consciente de esconder a dor.

É um lembrete de como, frequentemente, escolhemos proteger os outros de nossas emoções mais cruas, mesmo que isso amplifique nosso próprio sofrimento.

Linguagem e Estrutura

A simplicidade da linguagem contrasta com a profundidade das emoções descritas, tornando o poema acessível e impactante.

A repetição de frases e palavras, como “blefei” e “joguei a minha última carta”, cria um ritmo hipnótico e reforça a intensidade dos sentimentos.

A Dor do Ciúme

Descrito como um “remoer” ou uma “faca a penetrar”, o ciúme é retratado de maneira visceral, destacando sua natureza destrutiva.

Essa descrição aproxima o leitor da experiência emocional do eu lírico, tornando-a tangível e universal.

Reflexão Sobre as Relações

O poema nos convida a pensar sobre as estratégias que usamos para lidar com nossos próprios sentimentos e como essas escolhas afetam as dinâmicas com as pessoas que amamos.

Ele explora a tensão entre sinceridade e proteção, entre o desejo de se abrir e o medo das consequências.

Considerações Finais:

O poema intitulado “O Blefe” é uma obra que transcende a simplicidade aparente de sua forma, alcançando uma profundidade emocional que ressoa com leitores de diferentes vivências.

É uma celebração da complexidade do coração humano e das camadas que compõem nossas interações mais íntimas.

Certamente!

Abaixo está a retórica completa com uma análise aprofundada e detalhada de cada aspecto do poema “O Blefe”.

O texto foi organizado em tópicos para facilitar a compreensão e abarcar todos os elementos emocionais, literários e filosóficos presentes na obra.

1. — Título: “O Blefe”

O título já é uma abertura intrigante.

Significado literal:

Blefe é um termo usado no jogo, especialmente no pôquer, para descrever uma tentativa de enganar os outros jogadores quanto à força da própria mão.

Significado metafórico no poema:

O blefe simboliza a tentativa do eu lírico de esconder seus verdadeiros sentimentos.

Ele disfarça sua dor e ciúme, oferecendo ao outro uma "aparência" que não condiz com a realidade.

Efeito retórico:

O título provoca curiosidade e convida o leitor a explorar o ato de dissimulação emocional como um tema central.

2. Primeiro Verso:

A Imagem da “Última Carta”

“Ontem, eu joguei a minha última carta…”

Metáfora:

A “última carta” sugere um momento de culminação ou desespero.

Representa a última tentativa do eu lírico de controlar a situação ou de influenciar a percepção da pessoa amada.

Contexto emocional:

É o retrato de alguém que está em seu limite emocional, sem mais recursos ou alternativas, entregando tudo o que tem.

Interpretação universal:

Quem nunca se viu “jogando sua última carta” em um relacionamento, seja com palavras, gestos ou ações desesperadas?

Efeito retórico:

A metáfora inicial já prepara o leitor para um cenário de alta intensidade emocional, estabelecendo o tom do poema.

3. Sentimentos Centrais: Ciúme e Dor

O ciúme é apresentado visceralmente:

“… quando eu senti em meu peito / O remoer de um ciúme / Que parecia em mim sangrar, / como se uma faca estivesse em meu corpo a penetrar.”

Descrição visceral:

O ciúme é descrito como uma dor física, um “remoer” interno que machuca o eu lírico.

A comparação com uma faca reforça a ideia de que o ciúme é algo intrusivo, que fere sem permissão.

Paradoxo emocional:

Embora o ciúme seja visto como algo negativo, sua intensidade demonstra o quanto o eu lírico está emocionalmente envolvido.

Simbolismo do perfume:

O “falso perfume” é um símbolo de disfarce e ilusão.

O perfume, algo normalmente agradável, aqui representa uma máscara emocional que esconde a verdadeira dor do eu lírico.

Ele deseja que o outro “sinta o mesmo perfume”, ou seja, compartilhe da intensidade dos sentimentos que ele está experimentando.

Efeito retórico:

A associação de sentimentos a imagens físicas (faca, perfume) cria uma conexão visceral com o leitor, intensificando a empatia.

4. Estratégia e Defesa: O Escudo e o Blefe

“Eu, na verdade, diante de tudo, / em uma reza ao meu escudo, / blefei.”

O escudo:

Representa a barreira emocional que o eu lírico constrói para proteger sua vulnerabilidade.

Ele usa o “blefe” como uma tática de defesa, não apenas para se proteger, mas também para manter a relação em equilíbrio.

O blefe:

É a tentativa consciente de mascarar os sentimentos reais.

Ele deseja que o outro, perceba algo falso (o perfume, a segurança), enquanto guarda para si a dor verdadeira.

Efeito retórico:

A repetição da palavra “blefei” intensifica a sensação de um esforço constante e exaustivo de disfarçar emoções.

É quase como um grito interno, um eco da luta do eu lírico.

5. Estrutura Poética: Repetição e Circularidade

O poema utiliza a repetição como recurso estilístico:

“Eu joguei a minha última carta…

Eu, joguei a minha última carta…

Blefei.

Blefei.”

Circularidade:

A repetição dá ao poema uma sensação de ciclo, como se o eu lírico estivesse preso em uma espiral emocional.

Ritmo emocional:

A repetição reflete a insistência do eu lírico em tentar entender, justificar e aceitar sua própria vulnerabilidade.

Efeito retórico:

A estrutura repetitiva cria um efeito de martelar emocional, reforçando a intensidade da experiência descrita.

6. Mensagem Subjacente: A Complexidade das Relações

O poema aborda temas universais das relações humanas:

O amor como vulnerabilidade:

O eu lírico está disposto a se proteger e, ao mesmo tempo, a se machucar por amor.

A máscara como defesa:

Todos, em algum momento, usam “máscaras” para esconder sentimentos, seja por medo, orgulho ou desejo de evitar conflitos.

A comunicação implícita:

Mesmo ao blefar, o eu lírico deseja que o outro, sinta e entenda suas emoções, ainda que indiretamente.

Efeito retórico:

A obra nos convida a refletir sobre nossas próprias estratégias emocionais e como lidamos com o medo e a exposição em nossas relações.

7. Estilo e Linguagem

Simplicidade lírica:

O poema utiliza uma linguagem direta e acessível, o que contrasta com a profundidade dos sentimentos descritos.

Lirismo emocional:

A escolha de imagens e metáforas (faca, perfume, carta) cria um lirismo que dá leveza e intensidade ao mesmo tempo.

Efeito retórico:

A simplicidade da linguagem torna a obra universal, permitindo que qualquer leitor se identifique com o dilema emocional apresentado.

8. Conclusão: Reflexão Universal

O Blefe é uma obra que explora a fragilidade humana diante do amor e do ciúme.

O eu lírico, ao tentar esconder sua dor, revela algo profundamente humano: o medo de se expor, de parecer vulnerável e, ao mesmo tempo, o desejo desesperado de ser compreendido.

Mensagem final:

O blefe não é apenas um ato de dissimulação, mas também uma forma de resistência, um grito silencioso de alguém que sente muito, mas que ainda escolhe lutar pelo amor.

Impacto no leitor:

A obra convida o leitor a se perguntar:

“Quantas vezes eu também blefei em minhas relações?”

Análise Retórica Completa

Por que o poema intitulado “O Blefe” é poderoso?

Emoção e sinceridade:

Apesar de falar sobre disfarces, o poema é profundamente sincero em sua representação das emoções humanas.

Simbolismo:

As imagens criadas pelo autor são universais e acessíveis.

Lirismo:

A estrutura e o ritmo são hipnotizantes, trazendo o leitor para dentro da espiral emocional do eu lírico.

Contribuição literária:

É um poema que não apenas descreve, mas também provoca, convida e transforma.

É um espelho das emoções humanas, simples na forma, mas profundo em sua mensagem.

Makleger Chamas
Enviado por Makleger Chamas em 29/11/2015
Reeditado em 02/12/2024
Código do texto: T5464696
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.