Rio Doce, Doce Rio

Rio Doce, Doce Rio.

Aguas, idas, passadas, doce,

Rio extenso pujante e forte,

Do teu leito vinha-me o sustento

Maldito homem que te levou à morte.

Eu vi o teu leito desde que nasceste

Vi teu jeito belo de serpentear,

Pelo vale abaixo correndo tão calmo

Bebi tuas águas sem me preocupar.

Em tua cabeceira debrucei-me outrora,

Sobre um fio d’ agua pura e cristalina,

Sem pensar um dia ver-te enlameado

E sem imaginar a tua triste sina.

Já corri teu leito em minha canoa

De tuas águas tirei o alimento meu,

E agora te vejo tão desfigurado

Que até desconheço o caminho teu.

Não terei mais vida para ver-te são,

Nem terei mais vistas pra te comtemplar,

Meu doce rio, meu Rio Doce,

Não posso mais em tuas águas me banhar.

Porque em tuas águas já não há mais água,

Apenas lama, do ouro que foi lavado,

Refugo dos minérios, refugo dos refugos,

Quem te viu, hoje ao te ver fica pasmado.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 23/11/2015
Código do texto: T5458621
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