MAZAGRÃ
Por que lura andastes que não pude encontra-lo?
E quando (já cansada) pude enxergar na areia teus passos
Estavas perdido na piratagem de tua própria memória
Já fraco, covarde em lutar pelo que o felicitava
Imóvel diante de tudo o que o cercava
Indiferente a todo o amor que deveras dizia sentir
Sujo, entorpecido pelo veneno de tua consciência
E pelos anos que não foram alheios a tua insensatez.
Chorei sobre meus pés
Ajoelhada ante ao precipício a que me joguei
Chorei todas as minhas dores, todos os meus medos.
Chorei a indecisão que amargava o passar de meus dias
Lágrimas de sangue, no deserto do meu coração.
Pois que o sol apagou-se
E após a treva da solidão ressurgiu esplendido
Imponente luz fez-me ver tuas mentiras
E agora sóbria, pude dizer-te o Adeus eterno
Enxugar as lágrimas e seguir,
guiada pela certeza de minha coragem(que não é pouca)
Não mais carrego a culpa de teus erros e posso sorrir
Com alegria intensa em meu ser, por não mais ser
Aquela que esperava em teus braços a felicidade
26/03/06