Sobre o seu cansaço.

Pra que não se saiba, alerto:
O encantamento com efeito de pomada
escorre, levantando vôo
da tortilha “amor com cerejas”;

Em pleno vínculo
veril – primaveril -
suspenso, ri-se do tiro;
Como a alma, abastecendo
a dívida de alfafa;

E música, a priori,
o rouxinol desaba
em ossos e rosas,
espalhando o cérebro
pelas têmporas;

Por minuto, o
suave do seu corpo –
setor no tempo –
vira-se contra a chuva mórfica
de um possesso desejo
letárgico;

Pares, quando durmo
aos sons embalados, e o
arfar da taquicardia
deixaria sem entendê-la
como soa o encontro das vidas;

Recupero,
as ondas, os cavalos e solas saltitantes
(congeladas e rígidas)
como as cascas dos frutos moles;

Querida, pronuncio –
estática – sentenças;
A média da garganta
é espinho atravessado,
enquanto a sua voz é
pronunciada pelos móveis;

Se é em mim a
rescisão da madeira –
carvão moído – o fogo
aperta como a febre da sanidade -
de não poder sentir que noto
a emoção intacta de
alguma cor brilhante;

Explico: “Com as
mãos nas tuas costas,
intercepto o mundo.
E o engolir da alvorada
constrói-se no reflexo
lunar”
Ou baixo, em que
os galhos e troncos formam mãos que
proclamam a ti;
Pequeno doce,
não vês que estás desarmada?

Em um acesso que
preocupa o espaço da porta:
vista-me por caráter em fidelidade
contra a cegueta alheia a nosso respeito;

No emblema: “Apoio,
sempre, apoio; o que não
condiz, se essa aurora
não nos guardasse...”

Límpido em crença,
o que houve é que
não duvido;

Entregar-se aos músculos, onde
a costura ultrapassará a pele -
pensarei ao mesmo tempo...

Mas, ah!
Se do seu alarde, o
lírico firmou a
lealdade grisalha,
poderás até viver sem
sentido – embora em restos meus
haja uma cultura próxima do que
encontrarei em um ébrio dia:
com gestos loucos e por
cuidar-lhe abrindo os braços,
uma gota flamejante – a mesma que bebo -,
será a rápida compreensão
do presente;

Agrado. Dedos roídos
e caídas repentinas da memória;

Quando a conheci, eu...
Ao conhecê-la, eu...
Ao adivinhá-la, eu...

Singelo: “Refiz jovem,
minha conduta; poderia
estar morta, apenas
por amá-la”;

Ainda não vês que,
o modo de vida anfíbia
dentro do leite não
é sólido?
Ao viver de rã,
o terror destrói
como pedras geladas
no ar;

Em si, delírio
místico - explicá-la
mostrando os dedos: “este
é teu seu sorriso, vou mandá-lo
à você!”

E chega.

E extrair, portanto, com conversas,
desviam a facilidade de um beijo;

Qualidade de recipiente:
trancafiá-la para
que me observe – admire
a si como produtora de liberdade;

Por entre barras de ferro,
não desejarias sair, por pouco envio de
afirmações que denotam: “não sou
a pessoa certa”
Contrario: “se te abraço, me movo –
movimentos íntimos assistidos;
vira-me!”
E desafio por
demais o corpo – como
um templo – interno,
em ferrolhos da cor dos olhos;

Encontra-me, antes desse “por
aqui” – pra que o suave despertar
não inche como a caxumba
em sobrevivência;

Acordo; sigo olhos
atravessados enquanto
dormes contra mim –
castigando a vontade de ler
nos olhos as perguntas dos dias
e afazeres...

A cada batida vascular,
a sílaba reitera o significado
da dentição feliz - por sentí-la quente;

Em raspas, os lábios fecham
a porta d’outro mundo;
Então, que não amanheça,
pois essa noite simula nossa unidade.
 
Lainni de Paula
Enviado por Lainni de Paula em 27/10/2015
Reeditado em 30/10/2015
Código do texto: T5429163
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