A MULHER QUE EU AMAVA
A MULHER QUE EU AMAVA.
Aos mimos da mulher que eu tanto amava,
Não mais ouvia o tic-tac de seu coração,
Nem os ponteiros acelerados da paixão
Que tantas vezes ao beijar-me murmurava.
Cativava-me com mentiras de promessa
E com seu sangue aquecido de amante,
Sem perceber que a perdia a cada instante
E que meus sonhos derruíam tão depressa.
Submerso na vertigem desta desventura,
Expressa dor e mágoa na feição carrego
Em busca de remédio pra esse mal sem cura.
Para dentro de si ela voltou seu mudo ego,
Única forma de trancar sua loucura,
Justificando, incólume, o seu desapego.
Egê Valadares- sp