Paciente
Eis o príncipe vertido em batráquio
Nesse avesso beijo antiestético;
Como ressurgir o fulgor anímico,
Num rude quadro monocrômico,
Ademais, esse teto sisudo, úmido...
Que importa ser um fim de semana,
Se, a segunda pode ser mais amena;
lá, o labor vai distrair a doída retina,
desse Shrek, ora, privado da sua Fiona,
devir mais escuro que pena de graúna...
Melhor só, sisudo assim, nada valho
na ímpia sorte avessa ao evangelho,
que reconciliaria uma deusa e o filho,
por ora, o dissenso retratado no olho,
bloqueio do brilho, inóspito entulho...
Dizem, Deus tira lambari e dá tilápia,
Ele, domina, da alma, a arte asclépia;
Desconhece obstáculos nessa hípica,
Nossa visão é semi, coisa ciclópica,
E complementa lapsos com volúpia...
Mas, ao meu fogo bastava a lasca,
afinal, achei produtiva aquela pesca;
E sequer cogitei recolocar uma isca,
Pois, pra mim tinha já fechado a rosca,
Digo, encerrado com glórias a busca...
Mas, se a água foi detida no anteparo,
então seja; dói muito pra ser sincero,
Todavia, se o Eterno ordena me retiro;
Pois seria uma grave ofensa ao decoro,
Duvidar de quem conhece o meu futuro...