Quando a morte me vier...
Deixem-me...
Simplesmente deixem-me...
Sem lamentar por mim,
Nem sequer chorem pelas lembranças,
Do que fui, ou que viria a ser
A vida sempre foi para mim,
Aparências sem um fim
Quero apenas dormir sem sonhar,
Sem mais pelo pensamento,
Procurar sentidos
Deixem-me então esquecido,
Longe de Deuses longinquos,
Longe de instintos culpas e gemidos
Não há maravilhas no mundo,
Sem que haja um preço escuso
Olhado de perto ele é cruel e supérfluo
Somente um cárcere imposto,
Brutal e sanguinário
Quando a morte me vier...
Declinarei-me de ser pelo pensamento,
De buscar explicações,
No escuro do instinto sangrento
Quando a morte me vier...
Não peçam a Deus por mim,
Bastar-me-a o esquecimento,
E a quietude...
Que a ânsia da procura por respostas,
Nunca me puderam dar...
Cesar Sema Pensamento