Meus ais.

Vinde a mim, infinita noite de solidão e de tristeza.

Se não são meus ais a teus ouvidos percebidos, que sentido há nesta vida, que não lamentos tolos de um poeta apaixonado e sem canto?

Que mudos sejam meus gemidos, cantos de tristeza e dor, poesias abortadas.

Arranco do peito o verso lúgubre que da alma se esvazia por escuros e frios caminhos de distâncias desmedidas, infinitas horas vazias sem você.

Sejam meus versos esquecidos, minha alma entregue à solidão da noite e esquecidas meus cantos de amor.

E o corpo, arqueada forma funesta e cinza se consuma pelos silêncios.

Nada mais há que dele se alimente ou se lhe faça florir em alegres versos de amor desesperado que o amor dantes esquecido hoje, entregue à própria sorte.

Componho versos tristes, à lembrar-se dos idos tempos, a cantar a própria morte.

E lápides frias hão de dar alento à antiga poesia que de amor se alimentava a alma.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 15/09/2015
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