Meus ais.
Vinde a mim, infinita noite de solidão e de tristeza.
Se não são meus ais a teus ouvidos percebidos, que sentido há nesta vida, que não lamentos tolos de um poeta apaixonado e sem canto?
Que mudos sejam meus gemidos, cantos de tristeza e dor, poesias abortadas.
Arranco do peito o verso lúgubre que da alma se esvazia por escuros e frios caminhos de distâncias desmedidas, infinitas horas vazias sem você.
Sejam meus versos esquecidos, minha alma entregue à solidão da noite e esquecidas meus cantos de amor.
E o corpo, arqueada forma funesta e cinza se consuma pelos silêncios.
Nada mais há que dele se alimente ou se lhe faça florir em alegres versos de amor desesperado que o amor dantes esquecido hoje, entregue à própria sorte.
Componho versos tristes, à lembrar-se dos idos tempos, a cantar a própria morte.
E lápides frias hão de dar alento à antiga poesia que de amor se alimentava a alma.