Quando não há mais Forças para Lutar
O peso dos sentimentos maltratados
Finalmente esmagou meu coração
Nada resta nesta carcaça além de lágrimas
Vermelhas, translúcidas, negras
Da cor da dor, da indiferença e da escuridão
Estará a despedida derradeira em frente a mim?
Aquela que destruirá todas as ilusões
E revelará o ser ínfimo e sem objetivo
Que se esconde por trás da arrogante rainha?
Ou será esta outra grande ilusão?
Outro teste sádico para ver até onde um coração despedaçado aguenta ir?
Até onde aguentará fingir...
A esperança se vai enquanto o último dos meus sonhos iludidos vira pó
Sou uma sombra, um fantasma perseguindo migalhas
Um monstro incapaz de aceitar a destruição
Que ele próprio causou
E que, mesmo quando não resta nada a fazer
Ainda arranha as paredes com suas unhas
Até sangrar, torcendo para que a dor possa ser transmitida para outro lugar
Meus pulsos pálidos imploram aos olhos inchados
Para que possam chorar com eles
E a lâmina da faca soa tão convidativa
Quando todas as razões para lutar se esvaem
Eu só queria um pouco de confiança
Mas quem iria confiar numa alma fraca o suficiente
Para pensar em desistir da própria vida?
Preciso de uma nova vida
Preciso de uma nova alma
Preciso deixar correr todas essas lágrimas negras
Todo esse sangue impuro
Preciso criar uma identidade que seja minha
E jogar fora essa máscara brilhante feita de ilusões coloridas
Preciso crescer de verdade
Não apenas esticar os velhos problemas e chamar isso de mudança
Preciso afastar-me dos demônios que me circundam
Ao invés de arrastar-me aos seus pés pedindo que fiquem
Pois não sei mais viver sem eles
Ah, ilusões, preciso dizer-lhes adeus
Antes que se tornem tudo o que resta de mim
E meu eu se perca no vento
Não quero lutar
Minhas forças se perderam em algum lugar frio
Mas não posso deixar que os demônios vençam
Mesmo que eu já esteja condenada
Mesmo que minha maldição torne qualquer sentimento uma despedida
Ainda deve haver, em algum lugar nessa imensidão caótica
Algo puro que eu possa proteger