Colecionadora
De um modo estranho e doloroso ela me mostrou, me jogando no abismo outra vez, após arrancar meu patético coração com sua frieza depois de capturá-lo com suas falsas promessas e sorrisos. Ela o fez bem, não posso negar. Me fez aguardar por longos oito anos, me torturou e me magoou de inúmeras formas, mas seu poder sobre mim era maior que minha própria vida.
Vai doer. Sempre irá doer.
Mas ela me ensinou bem, me ensinou com o beijo, com a lâmina, com o sorriso, promessas para o nunca e por fim com seu doce veneno.
Me ensinou que mereço alguém melhor do que ela.
Que é meu direito.
Um dia quem sabe, quando todas as feridas fecharem, as cicatrizes se tornarem quase invisíveis, quando a dor desaparecer... Quem sabe um dia eu não venha a lhe agradecer, colecionadora?