-Dutchman e o adeus à Rainha das Sereias-

I- Desvie teus olhos do horizonte
receba o amanhecer
e deixe ir o que remonta o "ontem"

Não espere novamente minhas velas negras rever...
Estou em alto mar
e eu não sei se hei de voltar...

Chore mais uma vez esse pranto
bendiga teu amor santo
E não chores mais o meu tormento

Eu não sei se hei de voltar...
mas sorria, viva e exalte a poesia
fique com o melhor de meu alento!

Destino de todos é um só tornar a ser
integrados em novo alvorecer
no corpo do criador
Não chore meu pranto
e eu não hei de sentir tua dor!

Eu já aceitei e não digo que nunca voltarei
mas não te prendo na esperança
do "vai ser o que tiver de ser"
por isso não sei se vou voltar
e me perdoe por dizer:
Se o inicio é oculto então não pode acabar

Ainda nem começou...
Então... Sereia, pare de chorar!

II- O ar salgado e os salpicos gelados vieram primeiro
O brilho da lua refulgindo na prata de meus dedos...
Tudo me despertava pouco a pouco junto ao som
de meu coração aventureiro.

Canto estranho, ritmo forte... Desconhecido
mas quem disse que tive medo?

As águas negras estendiam-se no movimento da Rosa dos ventos
Minhas velas eram encantadas
podiam furar o tecido do espaço
e rasgar em mil pedaços o tempo...

Desancorei dos portos da confraria dos irmãos da costa
fixei no horizonte minhas luzes mortais
e no molejo da ginga do mar desenho a rota dos milênios
caminhos trilhados por imortais...

Água que no verão regou, não subiu de volta, partiu do mar
e na terra secou!
E quem disse que ficaria por tanto tempo?
Sou da imensidão
e meus tesouros estão no firmamento!

Aos olhos do luar e nas fulguras do Sol
de porto em porto, em cada ponta da Rosa
uma bruxa e um farol!

intrépido discorro
Me afogo, revivo e muitas vezes morro!
O mar pode dar o pão
mas aonde não chega o som do trovão
uma parte dá e outra não!

E assim sou eu!

Tutor dos que são trancados nos cofres de ossos e coração
trazendo para a flor da imensidão o renovo
o começar de novo das graças da abnegação!

Renasço mil vezes do Cacifo dos mares profundos
para ecoar o estremecimento que minha alma sente no mar
Renasço mil vezes do Cacifo dos lençóis oriundos
Escutem as sereias do Mar e as Ciganas da Terra
O canto da libertação, nesse, e em outros mundos!
Nessa e em outras esferas!
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 25/08/2015
Código do texto: T5358921
Classificação de conteúdo: seguro