Poesia de eco à Leminski
Não nego o direito à raiva
em legítima defesa.
Essa fúria inflamada de dor
que macera a beleza do amor
em caldo espesso e amargo.
Salvaguardo aquilo que posso
do que um dia foi o nosso
querido passado.
Por hora, deixo passar o querer.
Desejo ver o novo, apenas.
E a novidade me valerá!
Partejo em primeiro instante
a gratidão pela palavra
que enfeito.
Não te preocupes.
Eu me arrumo,
eu me ajeito.
E depois de um rolar de escadas,
é de se ter estima
por todo o amparo
que encontro na rima.
* Poesia inspirada a partir da obra "Amor" de Paulo Leminski.