A PORTA ( SONHOS E DESILUSÃO)

Ela era como grade invisível a me prender.

Era corentes atadas em meu corpo.

Eia era a PORTA.

Quantas vezes sonhei, sonhei em ultrapassá-la.

Eu só queria sair e sentir a brisa de uma amanhã criança.

Queria sentir o cheiro do feno recentemente cortado.

Voar sem rumo como um pássaro vadio, e ouvir o badalar dos sinos das distantes igrejas.

Queria dormir e sonhar embalado pelos braços da natureza.

Caminhar e ver pessoas brincando de sorrir e transbordando de paz.

Ver a calma as ondas do mar acariciando os rochedos.

Então num dia qualquer de um mês esquecido, de um ano que nem me lembro mais,

as grande se romperam, as correntes se partiram. A porta se abriu.

Me vi lá fora. Procurei desesperadamente pelos meus sonhos.

Onde eles estavam?

O feno estava seco e não exalava nenhum aroma.

No horizonte só havia rasgar de relâmpago ferindo o infinito.

Em lugar do badalar dos sinos ouvia-se apenas trovejar entoando uma canção chamada tempestade.

De braços cruzados a natureza me olhava com ironia onde só encontrei pesadelos.

As ondas não acariciavam os rochedos, os agrediam como num castigo, sofriam calados.

CHOREI.

Chorei um mar de infinita tristeza.

Voltei.

Voltei a procurar a minha velha PORTA.

Lá estava ela caída e corroída pelo tempo.

POR QUÊ?

Não, já não existiam sequer respostas.

Era só o que eu queria.

DEUS.....

Como eu desejava naquele instante abrir de novo aquela velha PORTA e ouvir,

É VOCÊ MEU FILHO?

Barbolim
Enviado por Barbolim em 23/08/2015
Código do texto: T5356682
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