BALADA

Vejo a solidão oculta

Em meio ao barulho dos bares.

Olhares perdidos vasculham

A maré de copos usados

E sorriso bafejam babosos

O tampo das mesas pálidas.

Tudo se move devagar,

Numa lentidão gelatinosa

Como as vozes dos boêmios.

Uma música duvidosa ocupa

Os espaços entre cotovelos,

Espanta o silêncio dos corpos,

Enquanto os gritos da alma

Aguçam os corações solteiros.

Estranhos braços se entrelaçam,

Se buscam, se socorrem, se doam

Pela necessidade de pecar

Para que a pele se sacie

Dos beijos ausentes nos lábios.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 23/08/2015
Código do texto: T5356672
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