NOITES DE BORDEL

E assim,mais uma vez,

Nossas vozes se misturaram

E falaram banalidades que flutuavam

Entre nossos corpos extenuados,

Até que, de pouco em pouco,

A pressa destituía a paz de nós.

Cabelos foram penteados,

Roupas se fizeram outra vez úteis

E o vidro de perfume barato

Bafejou sobre seu corpo liso,

Arremedando um soluçar impróprio.

Tornou-se primordial nossa despedida!

Um adeus amarelo socou minha face

E marcou a insipidez do instante.

O mundo primaverou lento,

O inverno raptou a luz do sol

Caíram as folhas de outono...

E ela se desnudando para outros,

Se fazendo pasto repassado

Por corpos ávidos e línguas sequiosas.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 22/08/2015
Código do texto: T5355689
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