NOITES DE BORDEL
E assim,mais uma vez,
Nossas vozes se misturaram
E falaram banalidades que flutuavam
Entre nossos corpos extenuados,
Até que, de pouco em pouco,
A pressa destituía a paz de nós.
Cabelos foram penteados,
Roupas se fizeram outra vez úteis
E o vidro de perfume barato
Bafejou sobre seu corpo liso,
Arremedando um soluçar impróprio.
Tornou-se primordial nossa despedida!
Um adeus amarelo socou minha face
E marcou a insipidez do instante.
O mundo primaverou lento,
O inverno raptou a luz do sol
Caíram as folhas de outono...
E ela se desnudando para outros,
Se fazendo pasto repassado
Por corpos ávidos e línguas sequiosas.