I Ching

Não sei o que pensar.

Não sei o que dizer.

Ah, os deuses sabem

Que a culpa é toda sua.

Mas me culpo igualmente

Por minha fé e esperança

E inocência romântica.

Agora,

Não sei se sou Yin ou Yang,

E a colina vê-se submersa,

Mera ponta de iceberg;

Ilha à beira da extinção.

Meu peito se parte

E retarda seu pulso

A cada canção de Elton John

Ou poema de Vinicius.

Meus olhos derretem por fora,

E escorrem salgados, mas,

Por dentro,

Permanecem as mesmas gemas gélidas de sempre.

A verdade

É que sempre desejei ser um canalha.

Que sempre quis

O sangue frio em minhas veias.

Mas não preciso mais jogar meus cobres

Ou caules para saber

Que meus sonhos se tornarão realidade

Em breve.

A cada vez que me matavas,

Perdia eu um sorriso,

Até por fim só restarem dentes

E a lembrança,

Como a chuva escorrendo nos telhados,

Quando a tempestade já se foi.

Landi
Enviado por Landi em 20/06/2007
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