I Ching
Não sei o que pensar.
Não sei o que dizer.
Ah, os deuses sabem
Que a culpa é toda sua.
Mas me culpo igualmente
Por minha fé e esperança
E inocência romântica.
Agora,
Não sei se sou Yin ou Yang,
E a colina vê-se submersa,
Mera ponta de iceberg;
Ilha à beira da extinção.
Meu peito se parte
E retarda seu pulso
A cada canção de Elton John
Ou poema de Vinicius.
Meus olhos derretem por fora,
E escorrem salgados, mas,
Por dentro,
Permanecem as mesmas gemas gélidas de sempre.
A verdade
É que sempre desejei ser um canalha.
Que sempre quis
O sangue frio em minhas veias.
Mas não preciso mais jogar meus cobres
Ou caules para saber
Que meus sonhos se tornarão realidade
Em breve.
A cada vez que me matavas,
Perdia eu um sorriso,
Até por fim só restarem dentes
E a lembrança,
Como a chuva escorrendo nos telhados,
Quando a tempestade já se foi.