Sobrevivência e morte
Quanto tempo se passou desde a hecatombe
Lembro que não sobrou nada em meu peito
Tentei encontrar vida meio aos escombros
Ou mesmo um respiro agonizante por uma fresta
A cada pedra que arrancava dos entulhos
Aumentava ainda mais a minha esperança
Lutava pra continuar desperto e senil
Com a perseverança e paciência de uma criança
Todo esse tempo e ainda imagino a imagem
Meio distorcida pela minha fraca memória
Mas ainda existente nas profundezas da dor
Aquela maneira estúpida de amor
Naquele momento só pensava em ti
De tudo que ainda poderíamos viver
Deixaste o tempo corroer nosso amor
Mesmo sobrevivendo, me deixara morrer