O cemitério
Jazem os olhos fúnebres e mortos,
Assiste o cemitério em que lamentas...
Na carne decomposta e nos confortos
Das dores horrorosas e sangrentas.
Assiste o cemitério em que lamentas...
Com corpos antropófagos e feios
Das dores horrorosas e sangrentas,
Sinto o medo maldito nos anseios.
Com corpos antropófagos e feios
E dentes horrorosos e amarelos,
Sinto o medo maldito nos anseios!
Que os zumbis se deleitam ao mordê-los.
E dentes horrorosos e amarelos,
Que eu inda sinto tísico e sangrento...
Que os zumbis se deleitam ao mordê-los,
Já moro em maldição do sentimento.
Que eu inda sinto tísico e sangrento...
Nas entranhas do mocho por vileza,
Já moro em maldição do sentimento!
Que a minha hediondez perverte e preza.
Nas entranhas do mocho por vileza,
Tenho a putrefação do ser malvado
Que a minha hediondez perverte e preza,
Eis-me algum coração revel do lado.
Tenho a putrefação do ser malvado,
Maravilhosamente exuberante!
Eis-me algum coração revel do lado,
Que o olhar funebremente podre encante!
Maravilhosamente exuberante!
No túmulo do corpo decomposto,
Que o olhar funebremente podre encante!
Aos filhotes do verme em fome e gosto.
No túmulo do corpo decomposto,
Ah que as putrefações dos vis insetos!
Aos filhotes do verme em fome e gosto,
Na noite singular dos brilhos pretos.
Autor: Lucas Munhoz - (06/08/2015)