Acreditei
Acreditei que eram tuas
as mãos que seguravam as minhas.
Que de ti fluía a seiva de força
que circulando nas veias
aquecia-me o coração
Acreditei que no silêncio
das palavras
nossas almas se entregavam,
completavam-se,
num entendimento mútuo
de eternidade.
Acreditei que a aflição que me atingia,
atingia-te;
a dor que me corria a alma,
machucava-te;
e tuas mão segurando as minhas
poderiam salvar-me.
Acreditei.
Pego-me sozinha,
olhando as mãos vazias,
o olhar fixo no tempo,
pois o nunca e o sempre
foram-se
para não mais voltar.