AUSÊNCIA
Cúmplice da eternidade,
Tens etérea e imprecisa forma
De esvaziar-me do que me repleta.
Crescente silêncio que evoca
Todas as dores que me laceram.
Visita-me o fundo da alma,
Espraia-se sob estemeu sol,
Insofismável sol que me desertifica.
Por que tanta ausência?
Por que a pele que não me toca
É justamente a pele que quero
Para revestir-me de afetos?