APATIA
Tu vives a vida assim
Sem nada de teu.
Tragas o mundo
Afundado em ti mesmo.
Derramas tua tristeza
Em prantos de apatia.
Os dias se arrastam
Como procissão
Na calçada das ilusões.
E teu caminho teces célere,
Entre orações decoradas
Nas ladainhas infinitas.
O rosário descora apático
Entre teus dedos exangues.
Para ti, viver ou morrer
É uma mesma conjugação
Sem palavra de ordem
No cadente eco do teu pulsar-te.
Paulo Pazz