APATIA

Tu vives a vida assim

Sem nada de teu.

Tragas o mundo

Afundado em ti mesmo.

Derramas tua tristeza

Em prantos de apatia.

Os dias se arrastam

Como procissão

Na calçada das ilusões.

E teu caminho teces célere,

Entre orações decoradas

Nas ladainhas infinitas.

O rosário descora apático

Entre teus dedos exangues.

Para ti, viver ou morrer

É uma mesma conjugação

Sem palavra de ordem

No cadente eco do teu pulsar-te.

Paulo Pazz

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 31/07/2015
Código do texto: T5330129
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