DE VOLTA
Estou de volta...
A mesma mala puída
SANGRA,
Segura pelas mesmas mãos,
No entanto, mais reticentes...
Olho para o mesmo casarão
(Este ser nefando que reteve
Minha infância para si)
Que resistiu ao tempo.
Nostálgico, deslizo dedos antigos
Sobre as estrias do portão de madeira.
Feito fogo que lacera, desde que parti,
Descobri minhas reminiscências atiçadas,
Libertas da masmorra lúgubre
Que a história construiu em mim.
Outra é minha bagagem, agora,
Mas é a mala puída de sempre
Que SANGRA.
O mesmo velho coração que me lança
Fotografias amarelecidas (em preto e branco)
Sobre o forro liso de minhas íris,
Nesse quadro vivo de saudade
Que SANGRA!
Dobradiças enferrujadas não se abriram
E eu oscilei sobre meus pés saudosos.