DE VOLTA

Estou de volta...

A mesma mala puída

SANGRA,

Segura pelas mesmas mãos,

No entanto, mais reticentes...

Olho para o mesmo casarão

(Este ser nefando que reteve

Minha infância para si)

Que resistiu ao tempo.

Nostálgico, deslizo dedos antigos

Sobre as estrias do portão de madeira.

Feito fogo que lacera, desde que parti,

Descobri minhas reminiscências atiçadas,

Libertas da masmorra lúgubre

Que a história construiu em mim.

Outra é minha bagagem, agora,

Mas é a mala puída de sempre

Que SANGRA.

O mesmo velho coração que me lança

Fotografias amarelecidas (em preto e branco)

Sobre o forro liso de minhas íris,

Nesse quadro vivo de saudade

Que SANGRA!

Dobradiças enferrujadas não se abriram

E eu oscilei sobre meus pés saudosos.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 29/07/2015
Código do texto: T5327935
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