Cinzas de Mim

Cinzas de mim,
de um vulcão que um dia,
não faz muito,
ardeu em lavas de paixão.
Paixão intempestiva,
queimando o âmago de quem fui.
Desse traiçoeiro fogo,
restou uma pedra de indiferença,
no lugar de um coração.

Cinzas de mim,
que enterro junto às lavas arrefecidas,
para um dia fertilizar outro solo.
Implorando a Vulcano,
deus do fogo,
mito sagrado,
que me deixe morrer,
nas profundezas da rocha,
desse amor conjecturado.

Cinzas de mim,
resíduos jogados.