REMANSO
REMANSO
Por Andrade Jorge
Impresso no trapo rasgado
O fino sentimento voa,
desliza, rola nas madrugadas frias,
O vento esparrama esse verso
inverso
Pelas dobras da vida,
E ela
Adormecida, entorpecida,
Cala a emoção,
tremula a mão risca na poeira
a olvidada imagem do ontem,
Já não nos enxergamos...
A reta enveredou-se
Na bruma da encruzilhada,
“Um pra lá, nenhum pra cá....”
Afogamos o lirismo
naquele rio de indomáveis angústias,
cuja corredeira leva amores
Ao remanso que encuba as dores;
Traço apagado
ficamos expostos ao léu,
Impressos, estampados
Num pano roto,
Sem saber do outro a verdade.
18/12/13
Andrade Jorge