Despeço-me

Eu que andei olhando as cores dos dias,
em um grande arco- íris que veio depois das tempestades,
mas o vento teimoso insistiu em desatar os nós
que pensei serem feitos com a força de um tufão.

As mãos que me seguravam soltaram-se das minhas, e
outra vez perco-me nas sensações do vazio,
que volta a existir em mim.

Elas vão, e não voltam
eu vou e fico,
na certeza que o amor em mim é senhor,
que o vento não derruba,
que o passado não atormenta,
e a certeza não balança.

Eu que vivi embargada de sonhos,
agora fui arrancada do solo adubado,
pelos ventos que desataram os nós
pelas mãos que me soltaram.

Eu sei, foram mãos que queriam ficar,
mas a força escura dos ventos
desgarrados do passado.
foi mais forte que o amar.

E assim eu me despeço,
com as minhas mãos atadas
nas mesmas mãos que,
nada puderam fazer
por eu ser quem sou.

- Assim sigo
nas mãos que não desataram nós.