Meus olhos de preto

Noite que me mastiga

que me tira pedaços insistentes no pensar

Tristemente me vem dores de como não

deveria ter sido e foi

Cruéis essas noites, insones sem drágeas

milagrosas do sono

O amanhecer me vem cansado, abatido

pálido

Dores por todo meu corpo, estou frágil

Meus olhos ardem, minha cabeça lateja

Por que tanto peso nos meus ombros?

Sinto-me doente, não aceitando estar

Ainda visto meu sorriso, tento ser moleca

tento brincar que tudo ficará bem

Danço comigo, ouço músicas, tento livrar-me

das correntes de tanta dor

Pinto meus olhos de preto, pinto meus lábios

me arrumo

Não deixo que notem o peso que trago comigo

Disfarço, disfarço

Mas dentro de mim há gritos, pranto a libertarem-se

Prefiro resguardar-me das minhas noites e dias

em total silêncio...

Escrevi ouvindo:

A Whiter Shade of Pale - Annie Lennox

Isabel Tanis
Enviado por Isabel Tanis em 06/07/2015
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