Amor devaneio
Por que se chamava amor
E era amor, era sempre querido
Por que se chamava amor
E era amor, era tão (e muito)
Intensamente vivido.
Mas, se foi e hoje se chama
Somente melancolia do vazio.
Olhos profundos de vazios espiam
Mirando o horizonte que o leva
Fixamente miram a distância
Cheios de desejo de fazê-lo voltar.
Mas...
Quando (se) vai, porque, o amor, finda
Não há liga de qualquer magia capaz
De novamente encantá-lo.
Amor que termina
É luz que ao longe reluz
Amor querido não mais erguido
Amor no tempo desabrido.
Amor havido em muito dorido
Que como névoa vai distante e,
Enquanto segue seu caminho
Vai deixando pra trás rastros
De lágrimas e saudades.
Assim...
Não quero se quer, falar de amor,
Por que quão é intenso seu prazer
Também é a sua dor.
Amor reprimido qual folha caída
No vazio do espaço
Amor desilusão de não tê-lo
Como tão e são.
Só infinito desvão
Desilusão que fere a alma
E o coração.
(de Assis Furtado)