Você Chega
Você chega, desce me vê, me ignora; Corre para beijar a pomba
Que tem cabelo de cuia; Que tem voz arrogante, sorriso de vadia;
Corpo de fantasma da noite;
Que tem palavras sujas imundas, e não sabe amar. Apenas sabe seduzir;
Você faz questão de declarar o seu ódio contra mim; Assumindo o seu amor a pomba; Enquanto isso, vejo pessoas rindo, debochando, comentando seu nome; Porque Você me despreza, prefere resto de lixo; Que alguém comeu e jogou fora, porque estava estragada; A pomba é de boa aparência; Mas por dentro é bichada.
Registrei cenas da noite; De um fantasma seduzindo o amor; Querendo levar ao abismo: Contemplei fantasias do reino da decepção, saindo do consciente, entrando em um coração inconsciente. Apagando a beleza dos olhos, mergulhando na dor, na perseguição; Contemplei a voz agitada, nervosa, ásperas;
Misturando o perfil jovem da vida, de conduta;
Em vitima banal de uma aventura.
Os olhos que brilhavam, perderam o brilho
Entrando no escuro, num espaço surdo, mudo.
O sorriso ficou ofuscado;
Atitudes que fazem gemer a alma;
Os seus olhos não conseguem me encarar.
Porque estão na inocência da imundice, do mal cheiro a sua volta.
E seu corpo reflete mascaras que emanam caminhos escuros;
Caminhos de fantasmas; De pombas.
Há inquietude nos seus gestos, nas narinas; Há desilusões, agonias.
O orgulho, o ódio está apagando as energias, o brilho da vida;
As suas decisões estão em confrontos com a alma;
Que sente a dor o peso destruindo oportunidades de crescimento.
A janela está aberta iluminada; Porém o coração, a mente está na escuridão;
Que a luz do dia venha forte; Ilumine, traga simplicidade ao coração
Para entender que o ódio, o orgulho traz punição á vida...
Autora: Elza Marques