“RETRATO DE UMA DESILUSÃO”
(POEMA)
Foi atirada a bandeira ao vento.
Entregou-se o ponto... Nada a fazer.
Nuvens pesadas transformam a paisagem.
Sob os pés o solo se racha em abismos.
Uma vida rascunhada a lápis, sem tempo de passá-la a limpo
Num desencontro de pais agora separados.
Em cada um, uma nova estrutura com novos descendentes,
Sangue misturado nas famílias reiniciadas.
Em cada casa um pouco de rejeição compartilhada.
Aos poucos a vista escurece, o céu desaba, a vida perde a força.
Acabou-se o encanto... Está acabando a esperança...
Acabou-se o futuro: não há muito a criar.
Criar o quê? As mãos trêmulas não obedecem.
Criar para quem? A cabeça gira sem objetivos.
O futuro é construído pela lei da causa e do efeito:
O efeito de agora vem da causa de ontem,
Logo, o amanhã não tem sentido.
Não há um destino a se buscar.
Nenhuma árvore ao longo do ontem se plantou,
Não haverá frutos a colher, somente filosofias:
- Sem conselhos, não haverá opção,
- Sem momentos de reflexão, não haverá resposta,
- Sem razão, não haverá justificativa, pois não há argumento.
Vive-se um momento de relação e surpresas.
Uma vida passada num quarto escuro, com fobias
Que de repente se vê num mundo de cobranças,
Que de repente se vê envolvido em somente dor,
Que de repente, não mais que de repente,
Pessoas surgem em cobranças de conduta e de moralidade
Esquecendo-se de que onde não houve ensino, não há aprendizagem.
Criou-se um ser cuja maturação é o de apenas pagar.
Talvez tenha sido esse o erro: nascido na hora e lugar errados
(Uma delinquente cegonha embriagada me esqueceu num imóvel qualquer),
Pois não existem acidentes, nem coincidências... Tudo é mensagem
- Que mensagem mais sem propósito esta vida me rascunhou...
Se tudo vem do efeito de uma união negativa no passado:
- Não serei a lição de um perdão ou de um exemplo vazio
- Não serei a culpa dos ressentimentos.
Não há nada a ser perdoado,
Apenas o resultado de uma comunhão acabada
Que resulta neste “Poema retratado de minha própria Desilusão”.
- Aos poucos, estou sendo devolvida às minhas verdadeiras origens...
(reflexões de uma vida entre elos rompidos)
(ARO> 2015)
(POEMA)
Foi atirada a bandeira ao vento.
Entregou-se o ponto... Nada a fazer.
Nuvens pesadas transformam a paisagem.
Sob os pés o solo se racha em abismos.
Uma vida rascunhada a lápis, sem tempo de passá-la a limpo
Num desencontro de pais agora separados.
Em cada um, uma nova estrutura com novos descendentes,
Sangue misturado nas famílias reiniciadas.
Em cada casa um pouco de rejeição compartilhada.
Aos poucos a vista escurece, o céu desaba, a vida perde a força.
Acabou-se o encanto... Está acabando a esperança...
Acabou-se o futuro: não há muito a criar.
Criar o quê? As mãos trêmulas não obedecem.
Criar para quem? A cabeça gira sem objetivos.
O futuro é construído pela lei da causa e do efeito:
O efeito de agora vem da causa de ontem,
Logo, o amanhã não tem sentido.
Não há um destino a se buscar.
Nenhuma árvore ao longo do ontem se plantou,
Não haverá frutos a colher, somente filosofias:
- Sem conselhos, não haverá opção,
- Sem momentos de reflexão, não haverá resposta,
- Sem razão, não haverá justificativa, pois não há argumento.
Vive-se um momento de relação e surpresas.
Uma vida passada num quarto escuro, com fobias
Que de repente se vê num mundo de cobranças,
Que de repente se vê envolvido em somente dor,
Que de repente, não mais que de repente,
Pessoas surgem em cobranças de conduta e de moralidade
Esquecendo-se de que onde não houve ensino, não há aprendizagem.
Criou-se um ser cuja maturação é o de apenas pagar.
Talvez tenha sido esse o erro: nascido na hora e lugar errados
(Uma delinquente cegonha embriagada me esqueceu num imóvel qualquer),
Pois não existem acidentes, nem coincidências... Tudo é mensagem
- Que mensagem mais sem propósito esta vida me rascunhou...
Se tudo vem do efeito de uma união negativa no passado:
- Não serei a lição de um perdão ou de um exemplo vazio
- Não serei a culpa dos ressentimentos.
Não há nada a ser perdoado,
Apenas o resultado de uma comunhão acabada
Que resulta neste “Poema retratado de minha própria Desilusão”.
- Aos poucos, estou sendo devolvida às minhas verdadeiras origens...
(reflexões de uma vida entre elos rompidos)
(ARO> 2015)