VALE SECO

Chão seco, árido,

Terra rachada

Sol escaldante

Plantas sedentas, mortas sem piedade

Até os calangos brigam entre si

As cobras rastejam fazendo barulho

Os cactos apontam para o céu seus espinhos

Carcaça de gado espalhada

O vento quente levanta a poeira

A casa de taipa abandonada

Bate sem parar a porta entreaberta

Chamando seus habitantes, pedindo para eles voltarem.

O fogão com o resto da lenha queimada

Panelas vazias, algumas no chão

A moringa cheia de formiga, os copos abandonados na mesa

A casa desarrumada e o resto de roupas ainda nos pregos

E o vento batendo a porta

Lá se foram Joaquim e Nequinha com seus sete filhos

Com o coração partido, olhando para trás

Deixando os sonhos perdidos que a seca levou.

O destino incerto em busca de uma vida menos ingrata

Foram desaparecendo pela estrada...

Oh, Deus! Mande chuva para meu Sertão

Até as aves voam para outros lugares

É tão triste ver a seca da minha região

Ninguém se compadece dos nossos penares.

Cecilia Mendes Alcantara

Ana Amelia Guimarães
Enviado por Ana Amelia Guimarães em 26/05/2015
Reeditado em 02/06/2015
Código do texto: T5255375
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