DESENCONTROS
Abro os olhos...
Pelas frestas da cortina mal fechada
Vejo os raios meio tímidos
Ensaiando uma luz amarela
única na aquarela...
Será que ainda dorme o sol?
Teve, quem sabe, uma noite insone
tentando o encontro tão sonhado...
Enamorou-se de uma lua fugidia,
platônico amor, jamais a tocara
Chega sempre atrasado,
ao acordar o dia,
ela já partira, a descansar.
Mesmo tendo feito vigília
não a viu, o céu ficou escuro...
Talvez ela se escondeu
para também chorar,
juntar seu pranto
às lágrimas das nuvens
Que encharcam o dia,
Dia de mais um desencontro
São muitos sóis e muitas luas,
não percorrem as mesmas ruas
Seguem sem raios e sem luzes!