Não
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Não
Não temas versos certeiros.
Não recuses minhas alucinações...
Posso externar o que sinto e vejo,
causando variadas impressões.
Posso, do cheiro, arrancar pétalas;
das mãos, despetalar ilusões...
Posso ousar sem dizer nada.
E, no silêncio, alimentar vulcões.
No poetizar há liberdades.
Há verdades ditas, olvidadas ou desvios...
Quando se almeja a essência,
detrimento das feições visuais,
é que brota, da clarividência do verso,
o mais excelso da humanidade:
o reconhecimento do belo,
a beleza da incompletude;
a sutileza do encanto,
gestado da inicial recusa.
Nunca diga não a um poeta!
Eles desrespeitam tudo!
A partir do desrespeito,
tocam a verdade de toda mulher.
Nijair Araújo Pinto​
Iguatu-CE, 15 de maio de 2015.
11h53min
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