Aspirações ressentidas
Aspirar a dor é o que me resta.
Me resta repousar com ar solene
Sob a falha luz do poste na rua,
Sob a turva e amarelada luz da lua.
Me resta dor em procurar sentido,
Nas esquinas, nos becos, nos grandes casarões.
Tento recuperar o tempo perdido,
Mas o tempo está perdido.
Me resta o esforço em preservar-te.
Me a resta a dor por perder-te.
Me resta o consolo por amar-te,
Manter-te viva nos detalhes,
Nos pormenores dispostos pelo mundo.
Meu grito é mudo e doído.
Ressentido de angústia e frustração,
Incapaz de convencê-la...
Meu silêncio é minha voz...
Tua lembrança meu algoz...