Aspirações ressentidas

Aspirar a dor é o que me resta.

Me resta repousar com ar solene

Sob a falha luz do poste na rua,

Sob a turva e amarelada luz da lua.

Me resta dor em procurar sentido,

Nas esquinas, nos becos, nos grandes casarões.

Tento recuperar o tempo perdido,

Mas o tempo está perdido.

Me resta o esforço em preservar-te.

Me a resta a dor por perder-te.

Me resta o consolo por amar-te,

Manter-te viva nos detalhes,

Nos pormenores dispostos pelo mundo.

Meu grito é mudo e doído.

Ressentido de angústia e frustração,

Incapaz de convencê-la...

Meu silêncio é minha voz...

Tua lembrança meu algoz...

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 11/06/2007
Código do texto: T522727
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