Bem-Me-Quer... Mal-Me-Quer...
Recordo o passatempo de criança,
Antevendo o que vai acontecer.
Mas, não resisto à brincadeira,
E sacrifico a flor, na esperança
De uma vez o bem-me-quer vencer.
Quem sabe, finalmente a primeira?
Mais uma vez eu resolvo tentar...
As pétalas começo a arrancar,
Até ficar apenas o miolo.
Faz muito tempo, mas eu não esqueço
O gosto amargo que tão bem conheço,
Ainda é o sabor da minha infância.
Como um coração pode ser tolo!
Que pecado despetalar a flor,
Ainda que em nome do amor!
Pobre da margarida desfolhada,
Bem poderia ter sido poupada...
Eu chego até a me sentir culpada,
O meu bem não me quer, eu já sabia!
Sorrio ao lembrar o quanto sofria
Quando criança, decepcionada,
Ao pensar que jamais seria amada.
Hoje em dia, isso já não me importa...
Só lamento as tantas flores mortas!