Aos olhos...

Que importa os sinos que tocam

Que importa as caras que olham

Que importa os dias frios que tomam meu corpo frágil

Que importa meu cansaço de menina

Que importa os verões que trago, a tempestade

Ninguém na verdade se importa

É cada um por si, cada um em si

Seguem dias, noites e tudo se repete

Por que me importo?

A sede que sinto, não é tua

A fome que tenho, é só minha

A dor nesse peito, nada te diz

Minhas paixões são de minha autoria

Quisera não mais importar-me

Quisera não mais amar ao que amo

Porque

Ninguém na verdade se importa

Se estou, o que sou, o que faço de bom

A muitos olhos, nem existo

Se estou pela metade, ou menos da metade

Nada vêem

Sou tão pequena aos teus olhos

que realmente não vês

Que importa os sinos que tocam

Que importa as caras que olham

Aos olhos dos outros, aos olhos teus

Nada vêem...

Escrevi ouvindo: Oswaldo Montenegro - Mel do Sol

Isabel Tanis
Enviado por Isabel Tanis em 23/04/2015
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