Aos olhos...
Que importa os sinos que tocam
Que importa as caras que olham
Que importa os dias frios que tomam meu corpo frágil
Que importa meu cansaço de menina
Que importa os verões que trago, a tempestade
Ninguém na verdade se importa
É cada um por si, cada um em si
Seguem dias, noites e tudo se repete
Por que me importo?
A sede que sinto, não é tua
A fome que tenho, é só minha
A dor nesse peito, nada te diz
Minhas paixões são de minha autoria
Quisera não mais importar-me
Quisera não mais amar ao que amo
Porque
Ninguém na verdade se importa
Se estou, o que sou, o que faço de bom
A muitos olhos, nem existo
Se estou pela metade, ou menos da metade
Nada vêem
Sou tão pequena aos teus olhos
que realmente não vês
Que importa os sinos que tocam
Que importa as caras que olham
Aos olhos dos outros, aos olhos teus
Nada vêem...
Escrevi ouvindo: Oswaldo Montenegro - Mel do Sol