Solidão / 04.1969
Hora do Ângelo, Ave-Maria!!
A tarde fugia morna, sensual e suave,
o Sol em elevo infindo
banhava o horizonte e
ao ir de encontro ao mar,
transformava-o em rubis e diamantes.
Na areia úmida de uma praia deserta,
contemplava o desfalecimento de mais um dia,
recordando momentos de venturas
do meu melancólico passado,
o qual desfrutei ao lado
da criatura que tanto almejo.
Amei-a... Ainda a amo,
amo-a demais;
talvez por essa razão
ela tivesse me desprezado.
É noite, toda beleza desapareceu,
os ventos cantam tentando amenizar meu padecer;
continuo ali, sozinho na praia úmida e deserta
recordando momentos passados,
e sonhando períodos a viver.
É noite... tudo agora é treva,
choro o término triste de mais um lindo dia,
e, também pela tua ausência.
É tarde, muito tarde,
e, no vazio de uma noite fria,
na areia úmida de uma praia deserta,
chorando adormeci.