O AMOR SUMIU NA VOLTA DA ESQUINA
Feito o frio que deixa a árvore nua,
Tudo caiu por terra, não teve jeito:
O amor sumiu no final da rua,
Deixou um vácuo no meio do peito.
E não há vinho que diminua
Este gelo que ficou no leito:
Restam destroços do sonho desfeito,
Resta um leão ferido rugindo pra lua.
Ficou uma valsa tocando em surdina,
Ficou no peito uma ânsia louca.
O amor sumiu na curva da esquina,
Deixando a saudade que não é pouca.
E uma lágrima teimosa, tão ladina
Que escorre pela face e me salga a boca.