O doce amargo de ser poeta
A dor e a tristeza rimam com as palavras melancólicas do poeta,
Que solitário em sua escrivaninha, entre as lágrimas da perda,
E a lembrança dos momentos de felicidade, dedilha sobre um teclado.
Algumas letras que se transformam em rascunho do sentimento angustiado
De um amor não correspondido.
O poeta chora e pergunta ao silêncio da noite por que tem de sofrer tanto
Para que suas palavras sejam entendidas?
E em silêncio, aguarda uma resposta que não vem, nem tem.
O poeta mais uma vez sente seu corpo suar frio
E entre perguntas sem resposta e calafrios
Percebe a presença da solidão que lhe abraça
Entre as palavras rascunhadas, percebe que em seu sabor amargo,
Produzido no frio e na noite escura
Deleitam-se com o doce da leitura, as pessoas que acessam
Esse momento de eterno devaneio, de um poeta que nem sabe se existe.
Será Sonho?
Mas como pode algo que não existe poder sonhar?
Será loucura?
Mas como pode um louco ser tão lúcido e entender que pra ser poeta tem de sofrer? E pra sofrer tem que amar.
Será?