O que me resta
E que me resta agora do sonho que sonhei
Do amor que profetizei contigo realizar
Em um dia brando de uma quarta-feira qualquer
E poder ser muito mais de algum tanto que quisera
Encontrar nos braços de alguma mulher?
E que me resta agora dos planos tolos de felicidade
Das saudades, do sorriso e de todo amor
Que era a inspiração dos versos que eu compunha
No desejo de tocar um momento de sentimentos
Que em meu feérico mundo era toda cor?
E que me resta das sobras da qual sou parte
Das poucas linhas que lentamente me tornaste
Na esperança de ser metade de algum sonho teu
De ser alguma lembrança que do tempo pudesse guardar
Gravada na íntimo miserável deste coração ateu?
E que me resta...
Alguma poesia e uma imensa decepção
Que destrói vastamente meu peito
E esta foto sua escondida em um camafeu.