Meu Íntimo
De pai para filho
Nosso sangue corre nas artérias
Sem nenhuma arte
Sem criação
Na confortável falta de opção
Os laços romperam
A máscara trincou
Uma fronteira se quebra
E não há como regressar
No gesto augusto, dos anjos caídos
A mão, agora, apedreja
Pela antecipação do tapa
Orgulhosa demais para afagar
E você me mantém seguro
Sobre a montanha da cidade
Enquanto as luzes vão agonizando
Eu estou me enforcando
Mas, você é tudo aquilo
Que deixou de conquistar
Eu estou conquistando
Mas, você é tudo aquilo
Que deixou de conquistar
O copo nos rasga
A garrafa escorre seca
Aquece a frieza da noite
Aventuramos, pelo medo
Ferimos com a dúvida
Eu não alcanço a mim mesmo
Você me ensina a cativar
Pois você me suspende
Sobre a montanha da cidade
Enquanto as luzes vão agonizando
Eu estou conquistando
Mas, você é tudo aquilo
Que deixou de conquistar
O amor reduzido na gaveta
O amor resumido a um remido
Um elo perdido
Uma aliança na sarjeta
Enquanto as luzes vão agonizando
Sob a montanha da cidade
Enquanto as luzes vão agonizando
Sob a montanha da cidade