CANTO D´ALMA

Divina esperança movimenta o tempo,

Que atrai amores cantados em antigas

Primaveras.

Vertiginoso verso cuja fonte expande,

Desejo enorme a se espalhar no vento.

Aqui estática à sombra da inspiração

Que me apavora, envolvente, reticente

Que pungente trago em freqüente lida,

Em insistente angústia me devora...

Meu canto que escondido varre o tempo

No empedernido sofrimento a trazer

Sem pena esta imagem linda,

Na amplidão desse desejo violento

E me vem da alma esse cantar sofrido.

A celebrar no vago andar tua chegada

No ocaso de uma vida que me vai,

Em ode saúdo o gentil degredo,

Grito sentido a perder-se em mágoa assaz.

Sem a razão que sonda – me o sentido

Olho pro céu a implorar a paz,

Clemências reveladas no vazio verso,

Tênue luz no breu do pensamento,

Atinge a mente insana desse ser

Que inocente implora: Cesse o

Canto desta alma em desalento!

CRS. 07.06.07.