DESILUSÃO


Cantei, sonhei, amei, chorei...
Caminhei enfim,
Mas não cheguei a lugar algum.
Despertei do sonho ainda a tempo
De erguer escombros e fazer desses,
Um sonho novo e prossegui...

Plantei, reguei, colhi...
Mas apenas os espinhos das rosas
Que murcharam como a ilusão.
Vieram outros sonhos, outros amores,
Novos prantos, tão doídos!
Transformados na saudade
Dos antigos sonhos que se foram.
E eu, eu não mais sonhei, não mais amei,
Apenas me magoei...

Despertei os demais sonhos
E me deixei levar pela realidade
Do mundo lá fora
E suguei do tempo, todo o tempo
Que me foi possível para viver ainda,
O pouco que por Deus for permitido.