Delírio

Sei que não me pertences, mas mesmo assim sinto-me contente pela tua respiração e pela tua voz, pela tua embriaguez, pela tua existência, pela tua insanidade e loucura.

Ah! que loucura estonteante... Apenas tu tens esse encanto, essa intensidade, esse ar de escárnio. Como quando a gente olha pro abismo, ele nos olha de volta, e sentimos vontade de nos entregar a ele, eu me sinto quando olho pra ti. E sinto o desejo de jogar-me ao teu precipício e cair para sempre.

Cair, desde que seja com você. Curar tuas feridas com meu próprio sangue, se preciso. Envenenar teus inimigos com nossas vidas. Não tentar te salvar, mas afundar junto contigo. Me lançar nessa insensatez do ópio e do ócio. Pois nem mesmo as profundezas do Tártaro me amedrontam quando estou contigo.

Mostra-me! Mostra como posso fazer algo para ti. Para te ter. Para te agradar. Para podermos ir embora dos lugares que nos fazem esquentar a cabeça. Para que você possa vir para o meu lado da força. Para sermos infinitos.

Lee Oliveira
Enviado por Lee Oliveira em 16/03/2015
Reeditado em 16/03/2015
Código do texto: T5172282
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.