DESPERTAR...
Eis-me novamente aqui.
Diante da vida que me é imposta todos os dias.
Há em mim uma dormência nos movimentos,
um cansaço que não venço,
uma dor que não cessa.
Até minha poesia cansou,
canto sempre a mesma ladainha.
Olho para os céus e não há respostas.
Olho para o chão,e vejo minha mortalha, minha inanição!
Futuro certo de quem vive: A morte.
Mas o que fazer, se nem a morte é minha amiga?
Se recusa a oferecer-me uma dose de cicuta.
Fim certeiro e calmo para toda esta desgraça.
Não...sofrer não basta!
É preciso ser obrigada a viver!
E onde foi minha liberdade?
Viver sem vontade é pior do que morrer!
As horas passam e nasce um conformismo.
Brota como erva daninha na alma.
Não há felicidade,
não, não há.
Mas já sou capaz de esboçar meu riso falso
e enfrentar mais um dia...