DESPERTAR...

Eis-me novamente aqui.

Diante da vida que me é imposta todos os dias.

Há em mim uma dormência nos movimentos,

um cansaço que não venço,

uma dor que não cessa.

Até minha poesia cansou,

canto sempre a mesma ladainha.

Olho para os céus e não há respostas.

Olho para o chão,e vejo minha mortalha, minha inanição!

Futuro certo de quem vive: A morte.

Mas o que fazer, se nem a morte é minha amiga?

Se recusa a oferecer-me uma dose de cicuta.

Fim certeiro e calmo para toda esta desgraça.

Não...sofrer não basta!

É preciso ser obrigada a viver!

E onde foi minha liberdade?

Viver sem vontade é pior do que morrer!

As horas passam e nasce um conformismo.

Brota como erva daninha na alma.

Não há felicidade,

não, não há.

Mas já sou capaz de esboçar meu riso falso

e enfrentar mais um dia...

Elisa Flor
Enviado por Elisa Flor em 09/03/2015
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