A calma abstinência
E à ti meu querido amor,
Que posso eu desejar?
Além da triste e fria morte,
Que é a única certeza da vida
E nada há de se esperar
Além das cinzas ao vento
A relva que brota tranquila
As lágrimas e o tormento
A chuva mansa na colina
Escorrendo como suor
Por entre teus dedos sujos
Inundando tua boca seca
Hidratando sonhos cálidos
Por uma relés esperança
De um dia dourado
Que não há de voltar
Assim como a vida
Que se esvai devagar
Sem retorno definido
Sem alívio imediato