O ÚLTIMO POEMA...
O ÚLTIMO POEMA...
Um sopro quase sem sentir,
Eu vi novamente teu rosto
E o passado me esmagou
Como chumbo...
Às vezes penso que
Sempre esteve aqui
E tudo não passou de um sonho.
Tua ausência nunca existiu...
Como me livrar dessa lembrança
Que teima em querer me atormentar?
Não há armas para lutar,
É uma guerra perdida
Se o inimigo é amado e
Mesmo que seja preciso matá-lo,
O peito dói... E não tem coragem de fazê-lo...
As lembranças vão e vem:
Lugares, canções, palavras,
Tudo ao mesmo tempo,
É em vão tentar apagar
Essas marcas
Tão únicas, tão minhas,
Tão tuas tão nossas...
Ainda há um sopro de vida
Nesse sentimento adormecido
Tão longe do fim,
Tão dentro de mim...
Resta agora escrever,
Terminar este último poema
Que nem deveria ter sido escrito,
Se teus olhos não estivessem
Tão doces tão suaves
Tão perdidos nos meus...
Tempo cruel,
Onde estavam meus versos?
Agora sei: Estavam escondidos em
Tua lembrança
E só agora, eles voltaram
Não sei se para ficar,
Se para continuar
Não sei...