A Lost Poem

Quão difícil pode ser

Não virar o pescoço quando te ver passar?

Como posso esquecer seu gosto,

provando o de outro paladar?

Talvez nem isso,

Melhor nem pensar!

Chegando em casa de espírito inquieto,

(sentindo-me incompleto),

imagino que seja

a falta daquela boa e velha

determinação

para não olhar para trás,

para não olhar mais,

não se importar,

Mas eu, eu precisava chegar

e descobrir

uma sensação de paz,

mas, onde ela está?

Já procurei na cama e no sofá,

e nos mil usos do verbo amar,

já procurei na vodca, no uísque,

na rotina e no pesar,

nas ruas e esquinas,

em todo e qualquer lugar...

Por fim, me sento aqui, sozinho,

olhando para estas paredes vazias,

estes espaços vagos,

é tudo tão sereno e tranquilo.

Não há mais nada, agora

não há mais você,

música,

loucuras de última hora,

não há mais passeios de carro,

mais beijos

e tiração de sarro.

Mas ainda há essas malditas paredes,

espaços vagos, garrafas pela metade,

um teclado de PC sobre a mesa,

uma lâmpada ainda acesa,

na tela, um rascunho de poema

e eu pensando em tudo isso.

Sigo noite adentro

tentando entender

o que está em meu (seu) coração:

saudade,

talvez amor (ou a falta dele)

desilusão,

um grande espaço vazio,

ou apenas solidão?

Vinícius Risério Custódio
Enviado por Vinícius Risério Custódio em 24/02/2015
Reeditado em 23/04/2024
Código do texto: T5148020
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