A Lost Poem
Quão difícil pode ser
Não virar o pescoço quando te ver passar?
Como posso esquecer seu gosto,
provando o de outro paladar?
Talvez nem isso,
Melhor nem pensar!
Chegando em casa de espírito inquieto,
(sentindo-me incompleto),
imagino que seja
a falta daquela boa e velha
determinação
para não olhar para trás,
para não olhar mais,
não se importar,
Mas eu, eu precisava chegar
e descobrir
uma sensação de paz,
mas, onde ela está?
Já procurei na cama e no sofá,
e nos mil usos do verbo amar,
já procurei na vodca, no uísque,
na rotina e no pesar,
nas ruas e esquinas,
em todo e qualquer lugar...
Por fim, me sento aqui, sozinho,
olhando para estas paredes vazias,
estes espaços vagos,
é tudo tão sereno e tranquilo.
Não há mais nada, agora
não há mais você,
música,
loucuras de última hora,
não há mais passeios de carro,
mais beijos
e tiração de sarro.
Mas ainda há essas malditas paredes,
espaços vagos, garrafas pela metade,
um teclado de PC sobre a mesa,
uma lâmpada ainda acesa,
na tela, um rascunho de poema
e eu pensando em tudo isso.
Sigo noite adentro
tentando entender
o que está em meu (seu) coração:
saudade,
talvez amor (ou a falta dele)
desilusão,
um grande espaço vazio,
ou apenas solidão?